21 de dezembro de 2011

Educação X Eleições X Professores por Edinéia de Oliveira*

Prestes a entrar no ano de eleições municipais, é observado uma pré campanha de políticos a favor da educação, onde é enaltecido gestões atuais em prol a educação e outros candidatos prometendo um comprometimento com a educação, que irá melhorar a qualidade de ensino com promessas muitas vezes ilusórias. Em Araçariguama, uma cidade do estado de São Paulo com aproximadamente 22.000 habitantes, localizada próxima a São Paulo não é diferente do restante do país, sofre com a falta de comprometimento de políticos e professores voltados para uma educação de qualidade de fato.

A prefeitura em suas gestões anteriores, como a atual, dá incentivos para que a população faça cursos voltados para a licenciatura, fato também observado em âmbito federal, como a expansão das Universidades Federais com vários cursos de licenciaturas. Dar acessibilidade a cursos superiores é fato, mas qual é o comprometimento de professores que sejam verdadeiramente educadores e políticos que queiram melhorar realmente a educação. Será que não estão buscando salários, números de escolas, números de formandos que simplesmente buscam um papel timbrado e assinado, como acontecem nas chamadas “eliminação de matérias”. Atualmente se souber o básico do básico, alunos que pararam de cursar a escola, como na 6ª série do ensino fundamental, podem obter um certificado de equivalência do ensino médio com apenas umas horas de provas promovidas pelo governo federal, caso obtenha uma determinada pontuação.

Também temos professores que praguejam a sala de aula e seus alunos, mas ao mesmo tempo vê como uma alternativa do emprego, onde podem obter mais flexibilidade de horários do que um peão de chão de fábrica, que tem que bater cartão todos os dias, com horário contado para o cafezinho e até mesmo para o banheiro, onde 5 minutos perdidos na fábrica podem representar prejuízos no fechamento do dia. A antiga reclamação de baixos salários para professores e melhores estruturas nas salas de aula é válido, porém em alguns momentos soam mal diante da sociedade, onde muitos trabalhadores com cursos superiores trabalham e muito mais horas e com menos regalias de um professor.

Muitos ditos professores se dizem injustiçados, mal remunerados, os verdadeiros sofredores dos pecados do mundo, mas não largam a sala de aula e podem contaminar com seu fel os educadores comprometidos com uma verdadeira educação nacional. Muitas vezes desmerecendo outros trabalhadores que também estudaram ou ainda estudam e possuem uma carga horária totalmente diferenciada dos professores, onde não existe abonadas, e sim uma carga horária de 44 horas semanais, se atrasar por alguns minutos podem perder o direito da cesta básica, suas férias muitas vezes tem que ser vendida parte (1/3) para complementar sua renda, não existem o famoso “emendar a semana”, enfim os direitos são diferentes de um outro trabalhador do nosso país que em muitos casos são mal remunerados e trabalham muito como o professor. Professores e outras profissões são importantes, o que a população se revolta é a classe se titular como o mais importante de uma estrutura da sociedade, desmerecendo outros setores que tem seu peso, o lixeiro que recolhe o lixo das casas dos professores tem seu valor como eles. A sociedade é o conjunto, todos têm valor e função específica para um funcionamento harmonioso do sistema.

Políticos aproveitam dessa fragilidade do sistema para prometer melhorias no ensino, não que não tenha necessidade, tem e muito. Realmente precisamos de mais escolas estruturadas adequadamente, inclusive com educadores que estejam comprometidos com uma educação sólida em nosso país, que não sejam apenas números conquistados em uma gestão política de um determinado partido. Professores menos prepotentes que se julgam o único sofredor, onde a realidade é cruel para toda a sociedade, ou até pior.

Precisamos priorizar a educação em nosso país, cobrar do poder público essa melhoria e as promessas feitas em período de eleição, visto que o orçamento de uma cidade deve ser gasto 50% com ela. Também que o professor não seja somente valorizado, mas primeiramente tenha o comprometimento com uma educação verdadeira e consequentemente com a nossa sociedade.

*RA: 421219
edineia.geo11@yahoo.com.br

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