21 de dezembro de 2011

Educação X Eleições X Professores por Edinéia de Oliveira*

Prestes a entrar no ano de eleições municipais, é observado uma pré campanha de políticos a favor da educação, onde é enaltecido gestões atuais em prol a educação e outros candidatos prometendo um comprometimento com a educação, que irá melhorar a qualidade de ensino com promessas muitas vezes ilusórias. Em Araçariguama, uma cidade do estado de São Paulo com aproximadamente 22.000 habitantes, localizada próxima a São Paulo não é diferente do restante do país, sofre com a falta de comprometimento de políticos e professores voltados para uma educação de qualidade de fato.

A prefeitura em suas gestões anteriores, como a atual, dá incentivos para que a população faça cursos voltados para a licenciatura, fato também observado em âmbito federal, como a expansão das Universidades Federais com vários cursos de licenciaturas. Dar acessibilidade a cursos superiores é fato, mas qual é o comprometimento de professores que sejam verdadeiramente educadores e políticos que queiram melhorar realmente a educação. Será que não estão buscando salários, números de escolas, números de formandos que simplesmente buscam um papel timbrado e assinado, como acontecem nas chamadas “eliminação de matérias”. Atualmente se souber o básico do básico, alunos que pararam de cursar a escola, como na 6ª série do ensino fundamental, podem obter um certificado de equivalência do ensino médio com apenas umas horas de provas promovidas pelo governo federal, caso obtenha uma determinada pontuação.

Também temos professores que praguejam a sala de aula e seus alunos, mas ao mesmo tempo vê como uma alternativa do emprego, onde podem obter mais flexibilidade de horários do que um peão de chão de fábrica, que tem que bater cartão todos os dias, com horário contado para o cafezinho e até mesmo para o banheiro, onde 5 minutos perdidos na fábrica podem representar prejuízos no fechamento do dia. A antiga reclamação de baixos salários para professores e melhores estruturas nas salas de aula é válido, porém em alguns momentos soam mal diante da sociedade, onde muitos trabalhadores com cursos superiores trabalham e muito mais horas e com menos regalias de um professor.

Muitos ditos professores se dizem injustiçados, mal remunerados, os verdadeiros sofredores dos pecados do mundo, mas não largam a sala de aula e podem contaminar com seu fel os educadores comprometidos com uma verdadeira educação nacional. Muitas vezes desmerecendo outros trabalhadores que também estudaram ou ainda estudam e possuem uma carga horária totalmente diferenciada dos professores, onde não existe abonadas, e sim uma carga horária de 44 horas semanais, se atrasar por alguns minutos podem perder o direito da cesta básica, suas férias muitas vezes tem que ser vendida parte (1/3) para complementar sua renda, não existem o famoso “emendar a semana”, enfim os direitos são diferentes de um outro trabalhador do nosso país que em muitos casos são mal remunerados e trabalham muito como o professor. Professores e outras profissões são importantes, o que a população se revolta é a classe se titular como o mais importante de uma estrutura da sociedade, desmerecendo outros setores que tem seu peso, o lixeiro que recolhe o lixo das casas dos professores tem seu valor como eles. A sociedade é o conjunto, todos têm valor e função específica para um funcionamento harmonioso do sistema.

Políticos aproveitam dessa fragilidade do sistema para prometer melhorias no ensino, não que não tenha necessidade, tem e muito. Realmente precisamos de mais escolas estruturadas adequadamente, inclusive com educadores que estejam comprometidos com uma educação sólida em nosso país, que não sejam apenas números conquistados em uma gestão política de um determinado partido. Professores menos prepotentes que se julgam o único sofredor, onde a realidade é cruel para toda a sociedade, ou até pior.

Precisamos priorizar a educação em nosso país, cobrar do poder público essa melhoria e as promessas feitas em período de eleição, visto que o orçamento de uma cidade deve ser gasto 50% com ela. Também que o professor não seja somente valorizado, mas primeiramente tenha o comprometimento com uma educação verdadeira e consequentemente com a nossa sociedade.

*RA: 421219
edineia.geo11@yahoo.com.br

Um Exemplo a Ser Seguido por Everton Leme* Roberto Comitre**

Em julho deste ano, a professora Amanda Gurgel recusou o recebimento de um prêmio oferecido pela PNBE (Pensamento Nacional de Bases Empresariais), esta recusa é decorrente de seu posicionamento, sempre em busca de uma melhor qualidade para ensino do nosso país. O premio que coube a ela seria o de Educador de Valor, que apesar dessa denominação, pela primeira vez foi ofertado a um professor. Anteriormente o mesmo premio foi conferido a grandes empresas como Fundação Bradesco, Fundação Victor Civita, Canal Futura, e empresários da educação (conforme a carta de recusa enviada à organização do prêmio: http://professoraamandagurgel.blogspot.com/2011/07/porque-nao-aceitei-o-premio-do-pnbe.html).
Segundo a professora, tais empresas não teriam real preocupação com a qualidade de ensino, mas sim no marketing que tais ações trariam, além disso faz uma crítica ao papel que estas empresas estariam assumindo, que na verdade seria do estado e que, de certa forma, estariam direcionando o modelo de educação focado apenas no mercado de trabalho e não na formação de um cidadão crítico e consciente.
Além da valorização do trabalho do docente, a professora também defende que 10 % do PIB seja destinado para a educação. Porém, podemos ressaltar que só investimento nao basta, é necessário o emprego das verbas de forma consciente e paralelamente a isso lutar por uma reestruturação nas bases do ensino, para que passe a realmente formar cidadãos completos e não apenas indivíduos destinados ao mercado de trabalho, isentos de qualquer senso crítico sobre a realidade brasileira.
Em suma, é importante sim lutar por melhores recursos para a educação, mas tão importante quanto isso, é assumir uma postura como a da professora, a de lutar por uma educação focada no educando e em uma formação que o permita ter a liberdade de analisar, julgar e decidir quais os destinos a seguir, não se tornando apenas uma coisa para ser utilizada pelo mercado.


* 356140
** 421189

19 de dezembro de 2011

Seguindo o regimento, por Jeniffer Cristina Ferreira Justino

Professor da USP do curso de Filosofia, reprova uma sala com cerca de 60 alunos por causa da freqüência mínima não atingida. Acontece  que  no mês de novembro  a USP passou por momentos tensos, com direito a ocupação de reitoria e greve, fazendo com que  fosse impossível as aulas seguirem normalmente.
Esse ‘caos’ na USP afetou o período letivo, mas o professor não considerou o momento da greve, dizendo que o sistema e o regimento  interno só aprova com 70% de freqüência e no caso nenhum discente estava com a freqüência mínima.
A disciplina ministrada pelo professor, é uma disciplina optativa e por causa da greve os alunos estavam entregando trabalhos, já que as aulas não ocorriam normalmente. Porém, sobre o fato de reprovar todos os alunos, ele diz: "É como se fosse possível ter greve e presença ao mesmo tempo. Nesse caso, ou a greve foi de mentirinha ou a lista de presença é de mentirinha. Eu não tenho nenhum juízo sobre a greve, não é minha função. Mas, eu não emito um documento público falso", afirmou o docente. "Eu não decidi nada, eu simplesmente constato o número de freqüência e informo ao sistema. É automático, o sistema reprova por faltas".
A  assessoria de imprensa da USP diz que a atitude do professor está correta já que está no regimento, e que a greve foi uma paralisação de alunos e não de professores, se fosse de professores ocorreria reposição das aulas. Os alunos estão tentando recorrer, mas enquanto isso continuam reprovado.
O que é o absurdo é o fato do professor seguir um regimento ao pé da letra, quando a universidade vive situações conflitantes em que não é possível seguir o período letivo normalmente, assim os professores teriam que ser pacientes e flexíveis, coisa que nesse caso não aconteceu.
Utilizando argumentos ‘furados’, mas que na verdade só mostram a idéia de ‘estava cumprindo o meu papel’,  querendo se mostrar neutro, só que cobrando coisas e mostrando uma autoridade desnecessária para o momento.
Não é uma crítica ao fato de existir regras e  regimento,  a questão é que muitas vezes as regras e o regimento não são cabíveis em alguns momentos, como no caso da USP, um momento de greve e caos. Como fazer com que aulas sigam normalmente em meio a militares, protestos, caos, violência?
O professor só quis mostrar sua autoridade em um momento que não era cabível,  seguindo um regimento religiosamente, dizendo ser neutro aos acontecimentos da  universidade, ‘cumprindo seu papel’.

Por Jeniffer  Justino
Ra: 421170
Geografia 011

Made in USA – Bullying nas escolas, mais uma atividade importada para o Brasil. Por Julio Cesar Souza Godinho.

Hoje vemos com certa freqüência em redes sociais e nos telejornalismos regionais e nacionais, o que esta se tornando uma “febre” entre os adolescentes e jovens, e muito pior que se fosse um caso isolado e pontual, é um problema mundial.
O termo Bullying compreende todas as formas de maneiras agressivas, intencionais e repetitivas, que ocorrem sem motivo evidente e são tomadas por um ou mais estudantes contra outro, causando traumas, e são executadas dentro de uma relação desigual de poder.
Quem não se lembra de ter assistido filmes estadunidenses, creio que seja o principal divulgador do Bullying pelo mundo, onde se passam nas escolas e sempre havia os valentões que praticavam o bullying sobre os mocinhos ou os CDF´s da trama, e que somente com alguma “intervenção do destino” esses personagens valentões acabavam se dando mal, mas o que na realidade e infelizmente não é assim.
Como todos problemas enfrentados na escola com seus alunos, o bullying vem ganhando uma escala maior independente de escolas particulares ou não, graças aos avanços tecnológicos de equipamentos portáteis e o avanço das redes sociais, onde publicam os eventos realizados por alunos, como brigas, ofensas, humilhações e muitas vezes chegando a grandes delitos (pela lei) por parte dos alunos, eu considero qualquer destes como grande violência, e nestas situações afugentando e traumatizando alunos nas escolas, alguns pais tiveram de mudar seus filhos de escola para garantir a segurança deles.
Os traumas causados por este tipo de violência causam ansiedade e medo nas crianças, e pode chegar na idade adulta, em algumas pessoas dependendo do meio em que vivem, principalmente familiar, ao chegar na idade adulta com os traumas sofridos na escola, alguns apresentam sentimentos negativos, baixa auto-estima, problemas com relacionamento, podendo adquirir hostilidades.
Não devemos esquecer dos ataques com armas dos alunos que sofreram de Bullying nos estados unidos, matando várias pessoas.
A Europa também sofre deste mal, à dez anos iniciou uma pesquisa para saber sobre suicídios de adolescentes e o que estava por trás era esta forma de violência, O Reino Unido, por decisão governamental tornou obrigatória política anti-bullying nas escolas.
Segundo a ABRAPIA (Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e Adolescência), trata-se de um problema de causas múltiplas e cada escola deve desenvolver as políticas para coibir o Bullying, através do envolvimento das escolas, professores, pais de alunos e alunos. As medidas tomadas pela escola para o controle do BULLYING, se bem aplicadas e envolvendo toda a comunidade escolar, contribuirão positivamente para a formação de costumes de não violência na sociedade”.
O que me preocupa a respeito do Bullying, é que temos muitos problemas em nossas escolas e pouco interesse de resolvê-los, e somente com uma intervenção do convívio escolar, pais, professores, alunos e poder público que teremos resultados para coibir este e outros tipos de violência.


Hamze, Amélia. Bullying Escolar. R7, Canal do Educador. Trabalho Docente. Bullying Escolar, disponível em: < http://educador.brasilescola.com/trabalho-docente/bullying-escolar.htm> Acessado em: 17 de dezembro 2011, às 13:00.

*421197
juliogod_ufscar@yahoo.com.br

Estereotipo de Herói. Por Julio Cesar Souza Godinho.

No dia 22 de novembro de 2011, foi um dia triste para alguns e eu me incluo junto, encerrava uma vida marcada com o que para alguns consideraram o maior erro da justiça brasileira, falecia Marcos Mariano da Silva de 63 anos, dos quais 19 anos passados preso por engano da justiça pernambucana.

Entendendo o caso.
Em 1976 Marcos foi preso confundido com outro homem que havia cometido homicídio e tinha o mesmo nome dele, após seis anos o verdadeiro culpado se entrega a polícia. Três anos depois, novo pesadelo, parado por uma blitz quando dirigia um caminhão, a polícia o reconheceu, o juiz entendeu que ele estava foragido e violando sua condicional.
Sem consultar o processo anterior o juiz manda-o novamente para a prisão, que ficaria de 1985 até 1998. Durante estes treze anos pegou turbeculose e ficou cego por uma bomba de gás que explodiu durante uma rebelião no presídio, e foi abandonado pela primeira mulher.

Ao sair da prisão entrou com um processo de danos morais e a justiça pernambucana determinou que o estado de Pernambuco pagasse uma indenização de 2 milhões de reais, o estado pagou uma parte e recorreu do restante. No dia 22 de novembro a decisão do Supremo Tribunal Federal que determinou que fosse pago o restante da indenização.

Após saber da decisão, Marcos vai para sua cama dormir, durante seu sono tem um infarto e falece. A impressão que nos passa é que, ele conseguiu com que a defesa da sua honra e de sua busca incessante por justiça por todo mal que ele passou em sua vida, enfim terminasse, então ele descansa, como se o peso deste fardo que carregou durante todos os anos de martírio fosse retirado de suas costas e somente assim descansar no real sono tranqüilo e agora, eterno.

Devemos refletir no que é o nosso estereotipo de Herói, pois nos vemos falando de alguns malabaristas de futebol ou algum personagem da história mal contada do nosso país, muitas vezes temos que nos espelhar naqueles que do modo mais simples fazem sua história. Por mais que seja pelo martírio deste senhor que lutou até sua morte, ou pelos homens que são tão poucos conhecidos e parcamente divulgados como o autor Milton Santos, conhecido mais no exterior do que por nós.

Falo em Herói porque em nossos momentos de dificuldades, lembramos deles, alguns por religiosidade, outros por outros personagens. Lembro que o caminho que estamos seguindo nos leva a um grande obstáculo que devemos transpor, então vale lembrar de nossos heróis para inspirar a superar todas as nossas adversidades, é só lembrar do exemplo de determinação deste simples mecânico que embora injustiçado, foi exemplo na sua determinação da incessante busca da sua inocência.

Esta minha singela homenagem a este Herói Marcos Mariano da Silva.

*RA: 421197
juliogod_ufscar@yahoo.com.br

Investir é preciso. Mudar o método educacional mais ainda por Davi Bandeira*

O que leio a respeito sobre investimentos em educação no Brasil não é brincadeira. Meios de comunicação divulgam notícias à respeito, sempre citando tais investimentos.
Mas será que investir em educação é apenas injetar dinheiro nesse sistema? No sentido cru da palavra parece ser, mas na prática esse investimento a meu ver ainda é o menos importante. Primeiro o que devemos fazer é abolir de uma vez por todas a maneira arcaica de ensinar que ainda somos obrigados a colocar em prática. Se investir em educação for preparar aluno apenas para vestibular ou enfiar goela abaixo do mesmo matemática, física e química sem que o aluno saiba sua aplicação, pra mim isso não é investir; e segundo, devemos capacitar melhor os professores e cobrar mais as coordenações e direções escolares por uma melhor organização escolar, que hoje é crítica, visto que não há uma boa fiscalização nas escolas atualmente.
O investimento em educação se dá em sentido mais amplo. Educar não é apenas formar profissional. O sentido de educar é o de proporcionar ao cidadão cultura acima de tudo. Aquilo que é produzido pela sociedade. É proporcionar a ele noção do que é política e sua importância, é despertar a curiosidade e o senso crítico, afinal, apenas a crítica de uma pessoa faz algum tipo de paradigma ser derrubado, faz algum tabu ser quebrado ou alguma mudança científica ser superada. Enfim, é o próprio desenvolvimento humano, a certeza da evolução.
Desta maneira, apenas destinar 4, 8, 10 ou 50% que seja do PIB (Broduto Interno Bruto) do Brasil para educação não é o suficiente, devemos alterar também a maneira como investir esse dinheiro. Resta saber se o governo brasileiro estará disposto à isso.
Outra coisa que acho pertinente ressaltar é a questão do uso do dinheiro que já é investido. Muito mau diga-se de passagem. Boa parte do que o governo federal distribui se perde pelo caminho... os governos estaduais recebem, há corrupção e falta de fiscalização; o dinheiro que sobra vai para a prefeitura em alguns casos, lá se perde mais uma parte da verba, há corrupção, etc... Ou seja, se o pouco que é invstido fosse bem utilizado muita coisa já poderia ter mudado. Aliás, esse problema de mau uso do dinheiro público não se dá apenas na educação mas em praticamente todo o sistema público. Estado hoje é sinônimo de estabilidade, mamata e cabide de empregos. Todo mundo quer entrar. A real função do emprego publico mudou e os processos de corrupção estão ai.
De maneira geral, creio que esses investimentos citados pela Dilma (que sabe lá quando vão ocorrer) são importantes, mas mais importante ainda é mudar o método de ensino. O que devemos fazer é focar no aluno de forma humana, pensando no TALENTO do mesmo, pois só assim teremos cidadãos mais humanizados, responsáveis e felizes na sua profissão, e não pessoas desumanas e infelizes no trabalho devido à falta de talento para a área (algo que deveria ser descoberto e trabalhado na escola).

*RA 420832
bandeira.davi@yahoo.com.br
NOTÍCIA BASE: http://www.jb.com.br/pais/noticias/2011/12/15/dilma-investir-em-educacao-e-tecnologia-aumenta-competitividade-do-pais/

15 de dezembro de 2011

Apenas Reflexões Sobre a Educação por Lucas Fernandes

"Classe C ocupa 63% das vagas de universidades", boa notícia não?
A primeira vista realmente essa notícia parece ser ótima, mas se pararmos para refletir um pouco percebemos que ela não é tão boa quanto parece. Realmente como a reportagem diz o numero de jovens da classe C (renda familiar per capita entre R$ 323 e R$ 1.387) vem aumentando nas universidades, em 2004 'eram apenas 42%' e hoje '55% dos brasileiros com idade entre 18 e 25 anos da classe C são alunos de cursos superiores', o problema está na qualidade e intenções das universidades, as "uniesquinas" como bem disse nossa colega, Amanda Benedetti no seu texto: O papel do vestibular na divisão de classes.
        Como podemos perceber o Brasil passa por um momento de luta por uma educação pública de qualidade, em todos seus níveis, desde a creche até as universidades, mas na minha visão os motivos para essa luta estão confusos, eu acredito que o correto seria a melhoria do ensino para que o indivíduo que esteja na escola se torne um cidadão inteligente, crítico e também bem sucedido financeiramente, entretanto o que eu vejo é que essa melhoria só tem a intenção de tornar o indivíduo 'bem sucedido financeiramente' a ponto de sustentar a si e sua família e poder produzir mais e mais lucros, firmando ainda mais o capitalismo. Cito outro trecho da reportagem que compartilho com a idéia: Para o sócio-diretor do Data Popular, Renato Meirelles, houve uma mudança de mentalidade dos jovens. “A educação deixou de ser vista como um gasto e agora é um investimento”. Segundo Meirelles, o jovem da classe C entra na faculdade para melhorar a renda. “Não existe um pensamento ideológico de educação. Ele entra pensando no mercado de trabalho.” Ou seja, a faculdade particular pensa em fazer dinheiro baixando sua mensalidade e aumentando lucrativamente a sua quantidade de alunos, o futuro estudante pensa em fazer um curso 'qualquer' que possibilite a sua ascensão no mercado de trabalho e o empreendedor pensa contratar alguém capacitado teoricamente para lucrar mais em seu ramo.
"Com 400 mil alunos, a Anhanguera ocupa o posto de maior centro de ensino superior do país. Para assegurar a posição, a instituição mantém mensalidades a partir de R$ 199, um atrativo à classe C.", as ETEC's estão 'pipocando' por todo o lado (sou a favor dessas instituições, mas falta a parte da formação crítica do indivíduo), porém o salário e condições de trabalho dos professores pouco vem mudado, e as creches em sua maioria são bem despreparadas para atender a demanda de crianças, que por sinal tem de estarem lá por seus pais ficarem fora de casa trabalhando o dia todo enquanto as creches por vezes permitem a criança ficar lá por meio período somente.
         Pode ser que a luta dos movimentos estudantis como mencionou a Amanda resolvam parte desses problemas, mas não sou capaz de propor uma solução para tudo, o importante é que a sociedade seja mais crítica e não só isso, pois até eu posso apontar vários problemas, ela tem de ser muito mais ativa, cobradora, ai sim esses e muitos outros problemas serão solucionados com certeza, mas enquanto isso, " ”Do total de 146.885 candidatos inscritos para o vestibular Fuvest 2012, 33,4% estudaram todo o ensino médio em escolas públicas. Menos de 5% estudaram tanto na rede pública como na privada, e 61,1% cursaram todo o ensino médico em escolas privadas.” Infelizmente, sabemos que pouquíssimos dos alunos de escola pública, passarão no vestibular. E sabemos que cerca de 90% das escolas brasileiras, são públicas... "
        Mudando um pouco de assunto, em relação a: " “Fuvest: estudantes da USP protestam contra 'prova para elite'”, percebemos que estamos em local privilegiado: brancos, cabelos lisos, olhos caros, bem vestidos. Esses eram os candidatos à vaga na Universidade de São Paulo. " , acho que temos que tomar um certo cuidado em generalizar, afinal sou branco, tenho cabelo liso, olhos claros, bem vestido (isso pode ser discutido (: ) e sempre estudei em escola particular, mas pertenço a classe C. Não escolhi minha cor de pele, nem de olhos e nem o tipo de cabelo. Estudei em escola particular a vida inteira devido a meus pais que agora, enquanto estou escrevendo esse texto as 22:31, um deles ainda não chegou da jornada de trabalho que começa as 8h na escola e não tem hora para acabar na sapataria, ou seja, a um certo preconceito quando se generaliza que por vezes não são justos. A meu ver parece que há uma relação entre situação financeira/aspectos físicos e dignidade que é muito errada, assim como todo tipo preconceito.

Link da notícia 'Classe C ocupa 63% das vagas de universidades': http://www.band.com.br/noticias/educacao/noticia/?id=100000471347

E texto da Amanda Benedetti tá aonde esse daqui tá.

421383
lucas.dedois@yahoo.com.br

11 de dezembro de 2011

O papel do vestibular na divisão de classes por Amanda Benedetti*

Ao ver as fotos relacionadas à notícia publicada no site do Terra, “Fuvest: estudantes da USP protestam contra 'prova para elite'”, percebemos que estamos em local privilegiado: brancos, cabelos lisos, olhos caros, bem vestidos. Esses eram os candidatos à vaga na Universidade de São Paulo. Os dados descritos na notícia informam que “Do total de 146.885 candidatos inscritos para o vestibular Fuvest 2012, 33,4% estudaram todo o ensino médio em escolas públicas. Menos de 5% estudaram tanto na rede pública como na privada, e 61,1% cursaram todo o ensino médico em escolas privadas.” Infelizmente, sabemos que pouquíssimos dos alunos de escola pública, passarão no vestibular. E sabemos que cerca de 90% das escolas brasileiras, são públicas...

O protesto que estudantes da USP faziam durante a entrada dos futuros “uspianos” é totalmente compreensível, se entendemos como o vestibular acaba mesmo por ser um filtro, que seleciona não os “melhores”, os “mais capazes”, pelo contrário, os que nunca tiveram nem obstáculos para estudar. O vestibular privilegia quem nunca passou fome, quem sempre teve caderno para levar à escola, quem nunca teve familiares presentes nas estatísticas de morte pela polícia. Privilegia quem sempre teve dinheiro para ir aos melhores teatros, aos cinemas... E quem sempre teve dinheiro, inclusive para pagar uma universidade privada à seus filhos.

Sob o ângulo do pensamento pedagógico crítico, o vestibular é realmente inaceitável. Ele é um dos aparatos essenciais para que continuemos numa sociedade de classes, onde os dominantes estão nas universidades públicas (públicas, nunca populares) enquanto os poucos jovens de classe baixa que conseguem cursar o ensino superior são colocados nas “uniesquinas”. Esses são os que podem usar seu salário para pagar as mensalidades do curso, enquanto são explorados pelos pais dos futuros patrões, que, no momento, estão estudando nas universidades públicas.

Para os pedagogos críticos Baudelot e Establet, tudo vai além dos muros da escola, e deve ser explicado através da divisão capitalista do trabalho. Se temos o vestibular, que seleciona quem vai pra universidade e quem fica, não é por não ter outra opção, sim porque é conveniente. A escola capitalista contribui para reproduzir e aprofundar a polarização das qualificações. Em uma extremidade, ela forma quem vai pras universidades, e na outra, as massas que vão vender-se por um salário irrisório. Acreditar que o papel da escola é desenvolver aptidões, educar os indivíduos... É um sonho.

A notícia reflete um momento importante na USP, no Brasil e em todo mundo: A luta por uma educação pública, gratuita, de qualidade e, sobretudo no caso da universidade citada, a luta pela democratização das universidades públicas. Desde o dia 8, estudantes da USP estão em greve. A decisão ocorreu devido à prisão de 73 alunos e funcionários que se manifestavam politicamente ocupando a reitoria, e assim, reivindicando o fim do convenio que permite o que era proibido desde o fim da ditadura: a entrada da Polícia Militar no campus. Os alunos em greve acreditam que certa segurança só será possível com a democratização da universidade.

De fato, não há como garantir segurança através da força policial, se, desde o começo da vida, o Estado não garante alimentação, moradia, saneamento básico e educação. Felizmente (ou infelizmente), nem todas as pessoas que não tem as mínimas condições de vida partem para o crime. A maioria delas é somente criminalizada pela policia/sociedade e escravizada pelos patrões. É preciso que se mantenha o lucro das grandes empresas, o que só acontece se houver trabalhadores que recebem somente o necessário para continuarem trabalhando. Educação? A educação no capitalismo é somente a afirmação deste modo de produção e de sua divisão de classes. Não interessa que todos tenham educação de qualidade.

Segundo o pedagogo crítico Henry Giroux, por mais dífícil que pareça a situação, esse ciclo de dominação não pode ser visto como inquebrável. Para Carnoy, por exemplo, os responsáveis à por fim ao papel dominador da escola são, sem dúvida, os movimentos sociais, cujo papel é pressionar para que haja mudanças.

No Brasil, o movimento que mais tem se posicionado na luta pela educação é o estudantil (além dos movimentos que admitem que a luta por terra ou moradia, por exemplo, não pode ser dissociada da luta pela educação), e, infelizmente, a grande mídia tem se encarregado de deturpar suas mobilizações, fazendo análises simplistas e até mesmo oportunistas em relação à seus atos. O que é de se esperar, visto que ela somente cumpre seu papel de classe (no caso, dominante), escondida por trás da máscara da “neutralidade”.

Por fim, o movimento estudantil prova que Giroux está certo quando diz que, ao mesmo tempo que um local de dominação, as escolas e principalmente as universidades, são locais de resitência, luta. E infelizmente, segundo o mesmo autor, “Ser comprometido com uma transformação radical da sociedade existente em todas as suas manifestações sempre coloca o indivíduo ou o grupo na posição de perder um emprego, a segurança, e, em alguns casos, os amigos”. O que até o momento, não tem impedido nenhum estudante e nenhum movimento social do mundo, de resistir e lutar.

*RA 420930

Fuvest: estudantes da USP protestam contra 'prova para elite'
Por Filipe Gonçalves

Entre os pais e candidatos que aguardavam a abertura dos portões para o início do vestibular da Fuvest na tarde deste domingo, circulavam alguns estudantes da Universidade de São Paulo (USP) distribuindo jornais de protesto contra a direção da instituição. Os jovens criticavam o "vestibular para elite" que, segundo eles, privilegia estudantes de escolas privadas.

Alguns dos alunos que faziam o protesto eram estrangeiros, como o mexicano Ernesto, 23 anos, que estuda Geografia na USP. Enquanto entregava o jornal, ele disse ao Terra que o vestibular da USP não é democrático, pois seleciona "estudantes da elite". "Eles (os vestibulandos) têm que conhecer o que acontece na USP. Parte da nossa luta é contra o vestibular, que é um filtro socioeconômico. Só pode permanecer que tem grana, a educação vira mercadoria. No México, a seleção é por mérito acadêmico", afirmou o estudante, que não quis divulgar o sobrenome por medo de represálias.

A prova da primeira fase da Fuvest, que seleciona candidatos para a USP e para a Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo teve início às 13h e previsão de encerramento para as 18h. Neste domingo, os estudantes devem responder a 90 questões objetivas de português, história, geografia, matemática, química, física, biologia e inglês. O candidato somente poderá retirar-se da sala a partir das 16h.

A divulgação dos candidatos aprovados para a segunda etapa será feita no dia 19 de dezembro. As três provas analítico-expositivas vão acontecer de 8 a 10 de janeiro de 2012.

Inscritos
Do total de 146.885 candidatos inscritos para o vestibular Fuvest 2012, 33,4% estudaram todo o ensino médio em escolas públicas. Menos de 5% estudaram tanto na rede pública como na privada, e 61,1% cursaram todo o ensino médico em escolas privadas.

Todos nós devemos lutar pelos nossos direitos por Maurício Moysés*

Todos nós devemos lutar pelos nossos direitos. Essa seria uma lógica e com toda razão. Ao analisarmos as condições sociais em que vivemos, encontramos situações contraditórias onde a hierarquia do poder tanto econômica, política e intelectual predomina por uma classe social que é a minoria nesse país, sendo ela a burguesia ou elite, que oprime os mais necessitados de qualquer seguimento que se faz por constituir uma sociedade, compondo assim uma imensa parcela da população exclusa dos atendimentos básicos civis, entre moradia, educação, saúde e emprego digno.

Nesse contexto de luta de classes que em manifestação pelos direitos de igualdade, os trabalhadores da Universidade de Campinas-SP (Unicamp) entraram em greve no mês de outubro e ainda prosseguem com a greve, exigindo isonomia salarial entre as universidades estaduais paulistas, pois há uma discrepância inferior principalmente com a Universidade de São Paulo (USP). A reitoria da Unicamp e o governo do estado se apresentam fortemente contra esse tipo de posicionamento e a comunicação entre ambas continua seguindo de forma incompatível.

Em forma de resistência e luta parte dos estudantes de distintos institutos da universidade uniram-se aos funcionários e realizaram também greves em conjunto a alguns professores promovendo encontros, assembléias, passeatas e aulas em público para intensificar as manifestações. Porém a greve por isonomia salarial dos trabalhadores deveria seu uma atitude geral da população, mesmo aqueles que não estão inseridos na vida acadêmica poderiam apoiar e combater as desigualdades sendo que uma grande parte da população passa no dia-a-dia pelas mesmas ou semelhantes situações por parte do sistema capitalista, pela burguesia conservadora desse modo de produção que há séculos oprime e segrega a sociedade como um todo.

Portanto, devemos buscar os métodos que fazem com que nos tornemos mais politizados e conscientes sobre os fatos que permeiam no nosso cotidiano. Promover encontros e debates que favoreçam os cidadãos mais precarizado. A luta é uma só e ela é de todos. A população unida, informada e organizada seguirá rumo ao encontro de melhores condições e transformações das políticas públicas, revertendo às práticas impostas para nós pelo sistema vigente.

*RA 421391
mauriciomoyses88@yahoo.com.br