19 de dezembro de 2011

Seguindo o regimento, por Jeniffer Cristina Ferreira Justino

Professor da USP do curso de Filosofia, reprova uma sala com cerca de 60 alunos por causa da freqüência mínima não atingida. Acontece  que  no mês de novembro  a USP passou por momentos tensos, com direito a ocupação de reitoria e greve, fazendo com que  fosse impossível as aulas seguirem normalmente.
Esse ‘caos’ na USP afetou o período letivo, mas o professor não considerou o momento da greve, dizendo que o sistema e o regimento  interno só aprova com 70% de freqüência e no caso nenhum discente estava com a freqüência mínima.
A disciplina ministrada pelo professor, é uma disciplina optativa e por causa da greve os alunos estavam entregando trabalhos, já que as aulas não ocorriam normalmente. Porém, sobre o fato de reprovar todos os alunos, ele diz: "É como se fosse possível ter greve e presença ao mesmo tempo. Nesse caso, ou a greve foi de mentirinha ou a lista de presença é de mentirinha. Eu não tenho nenhum juízo sobre a greve, não é minha função. Mas, eu não emito um documento público falso", afirmou o docente. "Eu não decidi nada, eu simplesmente constato o número de freqüência e informo ao sistema. É automático, o sistema reprova por faltas".
A  assessoria de imprensa da USP diz que a atitude do professor está correta já que está no regimento, e que a greve foi uma paralisação de alunos e não de professores, se fosse de professores ocorreria reposição das aulas. Os alunos estão tentando recorrer, mas enquanto isso continuam reprovado.
O que é o absurdo é o fato do professor seguir um regimento ao pé da letra, quando a universidade vive situações conflitantes em que não é possível seguir o período letivo normalmente, assim os professores teriam que ser pacientes e flexíveis, coisa que nesse caso não aconteceu.
Utilizando argumentos ‘furados’, mas que na verdade só mostram a idéia de ‘estava cumprindo o meu papel’,  querendo se mostrar neutro, só que cobrando coisas e mostrando uma autoridade desnecessária para o momento.
Não é uma crítica ao fato de existir regras e  regimento,  a questão é que muitas vezes as regras e o regimento não são cabíveis em alguns momentos, como no caso da USP, um momento de greve e caos. Como fazer com que aulas sigam normalmente em meio a militares, protestos, caos, violência?
O professor só quis mostrar sua autoridade em um momento que não era cabível,  seguindo um regimento religiosamente, dizendo ser neutro aos acontecimentos da  universidade, ‘cumprindo seu papel’.

Por Jeniffer  Justino
Ra: 421170
Geografia 011

Nenhum comentário:

Postar um comentário